14.4.06

Primeira entrevista na imprensa regional (II)

«UM viu a sua expressão pública diminuir em quatro anos»

O processo de Bolonha e a forma como a transição do actual modelo de ensino para uma articulação em três ciclos (licenciatura, mestrado e doutoramento) foram o mote principal desta segunda parte da entrevista que o "Correio do Minho" publicou na íntegra ontem, dia 13. No decurso da conversa com o jornalista José Paulo Silva, Moisés Martins explicou por que razão este foi um processo mal conduzido pela actual reitoria, sublinhando que «as áreas científicas são todas prioritárias, têm todas a mesma dignidade e a mesma importância social».

Parte II

«Bolonha é sobretudo uma alteração das práticas pedagógicas. As escolas não foram chamadas para este debate e as propostas aprovadas diria que quase nada têm a ver com a cultura de Bolonha, são afunilamentos. Esta discussão estava envenenada pela circunstância de se ligar isto ao financiamento.»

«De há anos a esta parte, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) está esvaziado, não tem uma política que se afirme diante da tutela. Não afirma nada de útil como ideia geral das universidades. O CRUP não existe publicamente. As universidades não têm uma voz colectiva. O CRUP não ajuda a tutela a fazer políticas. Um reitor como o nosso caiu como mel na sopa daqueles que pensam que uma política de esvaziamento do CRUP é coisa boa.»

«Isto é uma ideia de Academia, de centralidade académica. A Academia tem de ter um projecto que exprima a diversidade das suas escolas.»

«Esse assunto [a transição para Bolonha] não foi suficientemente cuidado porque a ideia de não aprovar segundos ciclos é mutilante para as escolas que os apresentaram. Na medida em que se puseram a funcionar primeiros ciclos, politecnicizou-se a Universidade, menos as Engenharias e a Arquitectura, que ficaram com 1º e 2º ciclos que eles chamam integrados. Não entendo por que é que a reitoria não fez esta prática com toda a Universidade.»

«Eu nunca ouvi este reitor com uma posição política forte. Em quatro anos, a UM ganhou racionalidade interna e viu a sua expressão pública diminuir. Junto da tutela, a UM perdeu força e influência, não se soube afirmar.»

O texto integral desta segunda parte pode ser lido aqui, no Blog de Apoio.

1 Comments:

At 14/04/06, 20:08, Anonymous Anónimo said...

Uma grande entrevista, mas outra coisa não se esperaria de um grande homem. Tem o meu voto, Professor. Mas infelizmente o meu voto nada vale.

 

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