11.12.07

Aumentos de 500%
no acesso aos parques de estacionamento da UM

Em Janeiro do ano em curso, através do Despacho RT-03/2007, fez a Reitoria aprovar uma actualização do regulamento de acesso aos parques de estacionamento da UM que, a par da redefinição do mapa dos parques, impôs um conjunto de novas tarifas a cobrar pela sua utilização.

Os valores agora fixados para a grande maioria dos utentes, são de 25 euros anuais (dístico – encargo a suportar pelos alunos) e de 50 euros (dístico e cartão de abertura das cancelas – encargo suportado pela maioria dos docentes e funcionários). Estes valores significam um aumento de 500% nos dois casos. Todavia, para os utentes que queiram um lugar nos parques cobertos (sob os edifícios do CP II, de Engenharia 2 e da “Escola de Ciências da Educação”), a tarifa sobe para um total de 175 euros anuais.

Fora em Outubro de 2003 que um novo Regulamento de Circulação Automóvel e Estacionamento entrara em vigor nos Campi da UM. Esse regulamento remetia para uma definição dos procedimentos a adoptar, bem como dos valores a cobrar pelos dísticos e cartões que permitem o acesso aos parques de estacionamento da UM. De acordo com Despacho RT-64/2003, estes valores foram fixados em cinco euros anuais para o dístico, valor suportado pelos estudantes, aos quais se somavam outros cinco euros, o preço do cartão, num total de dez euros anuais, valor até agora suportado pela maioria dos docentes e funcionários da Universidade – exceptuava-se uma pequena minoria que usava o parque coberto do Complexo Pedagógico II.

O que me faz pensar todavia é que existem Universidades que não cobram aos seus estudantes, docentes e funcionários qualquer taxa pela utilização dos parques de estacionamento. Ao que julgo saber, estão nessa situação, entre outros, os utilizadores do Pólo II da Universidade de Coimbra, dos parques da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, do parque da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e também dos parques da Universidade do Algarve. Estous a citar apenas os casos de Universidades que terão seguramente custos não inferiores aos da UM, com a criação e a manutenção dos parques de estacionamento, dado o próprio preço dos terrenos onde se encontram implantados. Num caso similar ao da UM, como o da Universidade de Aveiro, a tarifa aplicada é precisamente de dez Euros, a mesma que vigorou na UM de 2003 a 2007.

A minha pergunta: são estes súbitos aumentos justificáveis? É suficiente o argumento de que estas verbas servem para “minimizar os encargos com o suporte logístico e administrativo, a segurança e os trabalhos de beneficiação e manutenção de vias de circulação e parques de estacionamento”, como se lê no preâmbulo do Despacho?

Ainda no caso dos novos estacionamentos cobertos, agora com tarifa de 175 euros, podemos aferir a desproporção destes valores, se virmos que, mesmo no centro de Lisboa, em Campolide, onde se situam algumas das Faculdades e a Reitoria da UNL, a tarifa anual para o estacionamento no parque coberto é de 208,20 euros (e de 58 euros para os outros parques). Podemos, pois, inferir que, para a Reitoria da UM, o custo dos parques de estacionamento deve ser cobrado como se os Campi universitários se situassem no centro de Lisboa.

Compreende-se que desejemos ser uma melhor Universidade, mas seguramente que o nosso objectivo não passa por nos constituirmos num condomínio fechado, com preços a condizer.